Vinho: Dicas para Iniciantes
Começar no mundo dos vinhos, pode ser desafiador ou até assustador em alguns casos. Com uma variedade muito grande de tipos, uvas, safras, regiões, etc, é normal que ás vezes, até as pessoas mais experientes, se sintam meio “perdidas”. Mas hoje iremos dar umas dicas para isso não acontecer e tornar melhor a sua “viagem” pelo mundo dos vinhos.
Mas porque aprender sobre vinhos? Vinho é aquela bebida que te leva a buscar sempre algo a mais. Muitos fatores podem contar pois além de aprimorar suas experiências e o seu paladar, você ficará mais confiante no ato de comprar um vinho e será capaz de “sentir” as diferenças de qualidade de um vinho pra outro.
Aprendendo a identificar a qualidade do vinho, é provável que você nunca mais seja o mesmo na loja de vinho, sabendo as características e personalidades de cada rótulo e as que mais combinam com o seu paladar.
Partindo do básico, sabemos que o vinho é uma bebida alcoólica, fermentada a partir de uvas. A maioria dos vinhos é feita da uva tipo “Vitis Vinifera”, que a espécie mais apropriada para a produção de vinhos finos.
Outras uvas também podem ser usadas para a produção, porém estas, conhecidas como uvas de mesa, acabam por produzir vinhos suaves (ou de mesa), porém elas são mais apropriadas para o consumo direto, o que não seria possível com uma “Vitis Vinifera” , pois ela tem bastante taninos, o que a torna seca e amarga, sendo desagradável para o consumo.
É bom lembrar, que normalmente ouvimos falar que um vinho suave, ou um vinho de mesa tem uma qualidade inferior ao vinho fino, mas é basicamente explicado pela estrutura da fruta: as Vitis Vinifera são menores e possuem a casca mais grossa e densa.
Dentre os vinhos finos, basicamente temos 5 tipos:
Tintos: Resultantes da extração de uvas tintas, sua coloração provém do trabalho feito com as cascas das uvas. Existem uma grande variedade de uvas tintas, resultando em estilos bem diferentes, cada um sua caraterística
Brancos: Apesar de sua coloração, podem ser feitos com uvas tintas também, com a diferença que as cascas são separadas do mosto durante o processo de produção.
Rosés: Como diz o nome, é um vinho de coloração rosada, ficando entre o tinto e o branco, dependendo das uvas utilizadas e das técnicas de fermentação. Normalmente a fermentação deste tipo de vinho é mais curta, reduzindo o tempo de contato da casca da uva, o que dá a sua coloração.
Espumantes: Basicamente são os vinhos que são carbonatados, ou seja, contém gás (CO2). Ás vezes podemos confundir esse tipo de vinho com “Champanhe” justamente por essa região (que fica no norte da França), ter sido uma das percursoras na produção de vinhos espumantes. Apenas os vinhos produzidos nessa região podem ser chamados de “Champanhe”. Mas além dela, existe uma variedade imensa de espumantes, de outras regiões e feitos com outras uvas. O Brasil vem sendo cada vez mais reconhecido como produtor de ótimos espumantes.
Fortificados: Vinhos fortificados são vinhos que têm álcool adicionado a eles. Ao contrário do vinho padrão, que contém apenas o álcool resultante da fermentação, esses vinhos, têm álcool extra adicionado em diferentes formas, normalmente uma bebida destilada, como conhaque por exemplo. Os vinhos fortificados, normalmente são classificados como vinho de sobremesa, mas podem ser excelentes aperitivos também. Os mais famosos são os vinhos do Porto.
Além dessas variedades, ainda podemos classificar os vinhos como “blends” e varietais, sendo o primeiro feito com algumas diferentes uvas, e o segundo, de uma só (ou com um alto percentual de uma uva – no Brasil, 75%), como abordamos em nosso artigo: Varietais e Blends.
Já temos nosso ponto de partida, então chegou a hora mais esperada, a degustação.
Nessa hora, lembre-se, mais do que encher a taça e sair bebendo, a degustação é praticamente um ritual, a fim de conseguirmos extrair todo o potencial da bebida.
Comece pelo rótulo, escolha o tipo que mais te agrada (se ainda não tiver um definido, vamos experimentar e testar tipos diferentes), deixe na temperatura ideal e comece a separar os acessórios, como o saca-rolhas, taça, aerador, etc (temos algumas dicas aqui: Vinhos e seus acessórios.)
Depois de aberto, hora de colocar o vinho nas taças, e cada tipo de vinho tem uma taça adequada, mas caso você não tenha essa variedade, pode apostar nas taças ISO (International Standars Organization), que são uma espécie de taça “coringa” e servem para a maioria dos tipos de vinhos e são usadas em degustações técnicas. Para saber mais sobre taças, leia nosso artigo: Taças de Vinho.
Dica: tintos e brancos até 1/3 da taça!
Tente observar todos os aspectos do vinho, desde a sua aparência, como cor e viscosidade e depois os aromas e sabores. Não tenha medo de experimentar!
E, por último, alguns dicas de harmonização. É sempre bom ter algum vinho para acompanhar seus pratos preferidos, e nesses aspecto, o mais importante é procurar pelo equilíbrio de sabores, corpo e álcool.
Normalmente um vinho mais leve, menos alcoólico, vai bem com pratos mais leves de sabores mais sutis, já um vinho encorpado, mais alcoólico, com pratos mais temperados, mais pesados, até com uma pizza, por que não?
Mas lembre-se, o mais importante é o que agrada ao seu paladar, afinal, um bom vinho com uma boa gastronomia, é a chave para se ter uma experiência completa!